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Sobre a Psicanálise

Hoje, vivemos uma condição na qual assistimos ao avanço do liberalismo ambivalente de uma forma que muitos consideram totalitária, mas que em sua essência não admite contestação, pugna por um pensamento único com a utilização maciça dos meios de comunicação como forma de anestesiar o individuo, a constante mensagem para adaptar-se para poder existir. Em especial adaptar os aspectos que caracterizam o ser humano “sua capacidade de sentir“ e rechaçada a existência dos afetos, assim como substituem os músculos por maquinas, busca-se o computador como substituto da mente humana. Apelos a formas rápidas de tratamentos com a idealização de substâncias químicas que resolvam os problemas, sem sofrimento, sem angústia, tratamentos em que a sugestão em suas diversas formas é “forjar uma única forma de ser e pensar”.
A técnica psicanalítica é antagônica a esta condição e é por definição questionadora, desde sua descoberta, sempre priorizou: A Subjetividade e o pensar livre, a autonomia do sujeito.

Teoria Psicanalítica

Disciplina fundada por Freud e na qual podemos, com ele, distinguir três níveis:

    1. Um método de investigação que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, dos sintomas, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito. Este método baseia-se principalmente nas associações livres do sujeito, que são a garantia da validade da interpretação. A interpretação psicanalítica pode estender-se a produções humanas para as quais não se dispõe de associações livres.
    1. Um método psicoterápico baseado nesta investigação e especificado pela interpretação controlada da resistência, da transferência e do desejo. O emprego da Psicanálise como sinônimo de tratamento psicanalítico está ligado a este sentido. (…)
  1. Um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e tratamento. (Laplanche e Pontalis, 2004)

Psicanálise é um campo do conhecimento sobre o ser humano, criado por Freud a partir de observações clínicas de seus pacientes. Partindo destas observações, Freud desenvolveu a clínica psicanalítica, que consiste em uma técnica de psicoterapia e em um método de investigação de outros fenômenos humanos, como a cultura, a literatura e a sociedade.

Algumas das descobertas e conceitos freudianos influenciaram decisivamente a forma como se passou a compreender o Homem. Freud ficou amplamente conhecido por ter demonstrado que o inconsciente produz efeitos na vida, no corpo e nas ações do sujeito, sem que este se dê conta. Desde então, a psicanálise continua sendo um campo bastante produtivo e criativo. Diversos psicanalistas vieram depois de Freud, como Klein, Bion, Lacan, Winnicott, entre outros, que contribuíram e propuseram transformações no campo teórico-clínico. A técnica analítica propõe que a revivescência, a tomada de consciência e a elaboração de conteúdos inconscientes possam promover transformações significativas na vida da pessoa.

A psicanálise está para além da sintomatologia e propõe uma avaliação do sujeito muito maior do que as avaliações permitidas por uma escala diagnóstica, apreendendo não apenas as perspectivas inconscientes do fenômeno humano, mas albergando também uma visão da pessoa dentro de seu ambiente, local e globalizado, individual e filosófico, histórico e sociológico, que a superficialidade aparente do sintoma nunca atingirá. (Hegenberg, Mauro, 2013)

O tratamento Psicanalítico não visa apenas tratar o sintoma, mas também resolver a causa, o objetivo é produzir resultados profundos e duradouros, e não o alívio temporário e ilusório dos sinais de alerta.

Sobre a Análise

Fazer Análise é o falar a respeito daquilo que nos intriga, nos move e nos comove, ao mesmo tempo permitindo que ouçamos como aquilo que falamos repercute em outra pessoa (o analista). Ao falar, nós nos ouvimos, e a análise é uma maneira de ouvirmos aquilo que temos de mais íntimo, que geralmente não lembramos, escondemos ou reservamos a poucos.
Sigmund Freud, escreveu no final do século XIX os benefícios do “Rede Kur”, ou seja, “cura através da fala”, do quanto o sofrimento psíquico diminuía proporcionalmente à medida que a pessoa externava suas inquietações através da fala. (Freud, 1901)

Com as observações feitas pelo Analista de fatores inconscientes os quais são essenciais à constituição de uma boa saúde mental, estando presentes nas mais diversas expressões do ser humano no qual geralmente o mesmo não tem consciência.

Esses fatores inconscientes costumam ser a fonte de consideráveis sofrimentos, podendo se manifestam na forma de sintomas, tais como: angústia fobias, compulsões, sentimentos de vazio, estruturas de personalidade, nos sintomas psicossomáticos, nas alterações de humor (depressão e euforia), na autoestima e nas dificuldades de relacionamento interpessoais e amorosos.

Por se tratar de forças inconscientes, os conselhos de familiares e amigos, as leituras de livros de autoajuda têm alcance limitado sendo então insuficiente para promover o alivio ao sofrimento psíquico.

No processo de um tratamento psicanalítico investiga-se a natureza das relações originárias da infância do sujeito, trata-se da matriz dos fatores inconscientes que constituem o que chamamos de mundo interno. Á medida que o mundo interno se torna capaz de ser visto e se dispõem a experiências e investigações no processo analítico, os aspectos inconscientes se tornam mais compreensíveis e podem ser trabalhados através do discurso e suas associações, promovendo o alivio do sintoma, a autonomia do eu a transformação emocional.